Foi no dia 4 de abril de 2009, que músicos insatisfeitos com a falta de oportunidade de locais para se apresentarem em Ribeirão das Neves, iniciaram um grupo para produção de shows e eventos musicais. O fato de depender da capital, Belo Horizonte, para ter acesso a equipamentos culturais, foi o principal motivo para eles, e essa inquietação fez surgir o Coletivo Semifusa. O nome Semifusa vem da música, é a figura da partitura de menor tempo de duração, ou seja, quanto menor o tempo, mais rápida precisa ser a execução das notas. Uma analogia à velocidade, rapidez, agilidade).
Com o passar dos anos, o coletivo foi criando eventos e ocupando espaços cada vez maiores. Novos membros entraram na instituição, que passou a se chamar Instituto Cultural Semifusa. O coletivo teve que mudar seus rumos e suas estratégias, se tornou ponto de cultura visando contribuir para a garantia do direito constitucional ao acesso aos bens culturais das pessoas moradoras das periferias. Com base na produção cultural, o coletivo busca estimular o protagonismo juvenil e desenvolver ações que contribuam para a construção de novas narrativas positivas para Ribeirão das Neves, reforçando o sentimento de pertencimento dos moradores para com o local em que vivem.
Foram criadas ações como Festival Pá na Pedra, Grito Rock, Sarau no Ribeirão, Festival Neves Encena, O que você sabe sobre Neves, WebTV Semifusa, entre outras tantas.
De acordo com um dos fundadores, Rodolfo Ataíde, “O Semifusa é um movimento revolucionário e histórico, fez parte da transformação de muitas vidas e isso merece ser celebrado. Se consolidar com a realização de projetos culturais na periferia durante tanto tempo é digno de comemoração.”
Em 2022, o Coletivo alcançou outro patamar na sua história, com a criação de um espaço de convivência próprio, o que era feito tudo virtualmente, passou a ganhar um corpo físico onde projeta seus sonhos, eventos e atende a comunidade vulnerável socialmente de Ribeirão das Neves. Plantada em região periférica, surgiu a Casa Semifusa, uma sede física para troca de informações e tecnologias, de formação e fruição cultural gerido pelo Instituto Cultural Semifusa. Situada na rua Cataguases nº 73, bairro Sevilha B em Ribeirão das Neves, a casa desenvolve inúmeros projetos voltados para juventude do território, são eles: Escola de Artes Semifusa, Batalha da Casa, Sarau no Ribeirão, Cineclube Semifusa, o podcast Semifusa, Estúdio Semifusa Ecos, além da realização de rodas de conversas, debates, workshops e demais eventos culturais ao longo do ano.
Com a proposta de ser um centro de desenvolvimento da economia criativa da cidade, a casa atua como um centro de referência para empreendimentos locais. O espaço também contribui com 6 metas da Agenda 2030 dos objetivos de desenvolvimento sustentável, estipuladas pela ONU. Entre elas: Paz, justiça e instituições eficazes; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; trabalho decente e crescimento econômico; e redução das desigualdades.
Poucos coletivos sobreviveram ao longo do tempo, completar 15 anos, é resistir às agruras do tempo, da falta de incentivo, da falta de apoio político, em uma cidade negligência como Ribeirão das Neves, entre outros. Para os próximos anos o Coletivo Semifusa planeja contribuir cada vez mais para o desenvolvimento econômico de Ribeirão das Neves, através da geração de renda por meio da cultura, incentivando a educação de qualidade para pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo todos os públicos de modo diverso.
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